terça-feira, 10 de abril de 2012

Já dormiu na aula?

Tenho uma história que deve soar meio surreal. Primeiro, vou relatar como se iniciou: estava num período da faculdade em que me descuidei e não me inscrevi nas cadeiras no prazo. Mandaram-me comparecer à diretoria onde um secretário disse que era obrigado a me matricular em matérias ditas opcionais — sob a ameaça de ser jubilado — e esperar começar o período de colocação do próximo semestre para prosseguir no curso normal. Escolhi umas às cegas.

Num dia de aula de literatura latina, tinha virado a noite treinando e na manhã seguinte fez um solzão, um céu de brigadeiro, me deu um sono violento que, por mais que quisesse, não podia ficar com os olhos abertos. A professora começou um discurso épico (na interpretação avalizada dela), parcialmente feminino (na opinião autodidata minha) cujo clímax, acredite se quiser, culminava na palavra clitóris. Ele seria o âmago central da feminilidade, algo dessa majestosidade. Esse povo que reclama dos marxistas são felizes e não sabem.

Eu apaguei vertiginosamente, porém não por não considerar o valor da causa. Acordei levando um esporro federal da professora que, ao que tudo indicava, ficou ofendidíssima. O mundo acaba quando a mulher se sente rejeitada. Apaguei de novo, em seguida. Peço que alguma mulher de garbo que estiver lendo isso releve o ponto cego da minha condição mas fiquei com a impressão que a loquaz só estava pleiteando uma lambidinha.

Algo o aflige, gafanhoto?

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